Lula lança hoje programa de crédito para trabalhadores do setor privado

Lula lança hoje programa de crédito para trabalhadores do setor privado

"Crédito do Trabalhador" pode beneficiar até 39 milhões de empregados com carteira assinada e movimentar até R$ 120 bilhões em novas operações

Lula - 11.03.2025 - Visita à llinha de montagem da Stellantis Betim (MG) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Porto Velho, RO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta quarta-feira (12), em cerimônia no Palácio do Planalto, o programa "Crédito do Trabalhador", que amplia a oferta de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, o novo programa tem potencial para beneficiar cerca de 39 milhões de empregados com carteira assinada e movimentar até R$ 120 bilhões em novas operações de crédito.

Até então, o crédito consignado estava disponível apenas para servidores públicos, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e para empregados de empresas com acordos específicos com bancos. Agora, o governo busca expandir o acesso para trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo que eles obtenham crédito com taxas mais baixas que as praticadas atualmente pelo mercado.

Crédito mais barato e condições facilitadas

Atualmente, as taxas de crédito consignado para servidores públicos e aposentados variam entre 1,8% e 2,7% ao mês devido à maior segurança no pagamento das dívidas. Para os trabalhadores da iniciativa privada, o governo espera que as taxas do novo consignado fiquem em torno de 2,5% a 3% ao mês, bem abaixo das taxas médias do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), que giram em torno de 6% ao mês.

A garantia de pagamento será vinculada à folha de pagamento registrada no eSocial, plataforma que centraliza os dados de emprego e remuneração dos trabalhadores. Caso o trabalhador seja demitido, o banco poderá usar até 10% do saldo do FGTS e os 40% da multa rescisória como garantia para o pagamento da dívida — embora os bancos tenham liberdade para negociar essa condição com os clientes.

Facilidade na contratação e análise de crédito

Os empréstimos estarão disponíveis em plataformas específicas do governo, em aplicativos de bancos, diretamente nas agências bancárias e por meio de internet banking. Para garantir maior transparência e competitividade, o governo criará um mecanismo que permitirá ao trabalhador comparar as taxas de diferentes instituições antes de contratar o empréstimo.

A análise de crédito considerará o perfil do trabalhador, incluindo tempo de emprego, faixa salarial, vínculo empregatício e histórico de adimplência.

O porte e o risco da empresa onde o trabalhador está empregado também serão levados em conta na avaliação de crédito. O governo pretende cruzar esses dados com outras bases, como os birôs de crédito, para reduzir o risco de inadimplência e oferecer condições mais vantajosas para quem tem bom histórico financeiro.

Migração de dívidas para o novo programa

Uma das principais novidades é a possibilidade de migração de contratos já existentes para o novo modelo. Trabalhadores que atualmente possuem empréstimos consignados ou outras modalidades de crédito pessoal poderão refinanciar suas dívidas nas novas condições, desde que o comprometimento da renda com o pagamento das parcelas não ultrapasse 35%.

Essa migração será permitida por um prazo de 90 dias após o lançamento do programa e poderá representar uma redução significativa nas taxas de juros, aliviando o orçamento dos trabalhadores e reduzindo o risco de superendividamento.

Impacto econômico e social


Especialistas avaliam que o programa "Crédito do Trabalhador" tem potencial para aquecer a economia ao injetar até R$ 120 bilhões em circulação por meio de novas operações de crédito. Ao reduzir o custo do crédito para trabalhadores da iniciativa privada, o governo espera estimular o consumo, melhorar a capacidade de pagamento das famílias e, consequentemente, impulsionar a atividade econômica.

A iniciativa também pode ter um impacto positivo sobre o mercado de trabalho, uma vez que o acesso a crédito mais barato tende a reduzir a inadimplência e aumentar a segurança financeira dos trabalhadores, permitindo maior planejamento e estabilidade econômica para as famílias.

Fonte: Brasil247

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