Em despedida da Assembleia Geral da ONU, Biden alerta para ‘guerra em grande escala’ no Oriente Médio

Em despedida da Assembleia Geral da ONU, Biden alerta para ‘guerra em grande escala’ no Oriente Médio

Em tom saudoso, o presidente dos Estados Unidos disse que ainda a decisão de abandonar disputa pela reeleição foi ‘difícil’


Joe Biden participou da Assembleia Geral da ONU pela última vez como presidente dos Estados Unidos - Foto: UN Photo/Loey Felipe

Porto Velho, RO - Em seu último discurso em uma Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos em fim de mandato, Joe Biden, alertou nesta terça-feira 24 para o risco de uma “guerra em grande escala” no Oriente Médio, em meio ao aumento da tensão com os últimos ataques israelenses no Líbano.

“Uma guerra em grande escala não é do interesse de ninguém”, apontou Biden. “Ainda é possível uma solução diplomática. Na verdade, esse é o único caminho para os cidadãos dos países envolvidos voltem para casa em segurança. E é isso que temos que tentar, sem descanso”, afirmou na sede da ONU em Nova York.

Para Biden, a Assembleia Geral, principal encontro anual entre chefes de Estado da Organização das Nações Unidas, é o palco ideal para discutir o tema. O assunto foi tratado também pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que discursaram antes.

“O mundo inteiro está aqui”, disse Biden. “Quando há crises, elas serão discutidas. E eu não tenho dúvida de que a situação do Oriente Médio vai ser um tema relevante em muitas reuniões”, apontou, dizendo ainda que autoridades dos Estados Unidos estão disponíveis para buscar soluções e “estabilizar” a situação.

Despedida

Em parte do discurso, Biden adotou tom de despedida. Após abrir mão de concorrer à reeleição, em julho deste ano, ele não voltará a falar como chefe de Estado na próxima Assembleia Geral.

“Eu tive uma decisão difícil a tomar sobre buscar um segundo mandato como presidente. Ser presidente dos Estados Unidos foi a maior honra da minha vida. Tem muito mais que eu gostaria de fazer, mas por mais que eu ame esse trabalho, eu amo mais meu país”, disse.

Alvo de muitas críticas e dúvidas sobre sua própria condição de enfrentar mais quatro anos no cargo, especialmente após um debate considerado “desastroso” contra Donald Trump em junho, Biden cedeu e anunciou desistência enquanto se recuperava de infecção por Covid-19.

“Decidi, depois de 50 anos de serviço público, abrir espaço para uma nova geração de lideranças para que minha nação avance”, disse Biden, antes de deixar um recado para os demais chefes de Estado presentes à Assembleia. “Meus colegas, nunca devemos esquecer: algumas coisas são mais importantes que permanecer no poder”.

Fonte: Carta Capital

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