Retorno do primeiro presidente negro dos EUA ao cargo esbarra nas regras constitucionais do país; Obama, no entanto, não deverá ser apenas uma ‘figura decorativa’ na definição da chapa do partido Democrata
Porto Velho, RO - A confirmação da desistência de Joe Biden da corrida presidencial nos Estados Unidos levou ao início de uma nova disputa: quem será o candidato do partido Democrata contra Donald Trump? A atual vice-presidente, Kamala Harris, surge como favorita natural, mas outros nomes foram cotados. Entretanto, Barack Obama, presidente do país entre 2009 e 2017, não foi cogitado.
A explicação para isso é bastante simples: a legislação americana não permite o retorno do ex-presidente ao cargo. A 22ª Emenda à Constituição do país é bem clara: “Nenhuma pessoa pode ser eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes”. A regra vale desde a década de 1950, anos após Franklin Roosevelt ser eleito para quatro mandatos consecutivos.
A situação nos Estados Unidos, portanto, é diferente da do Brasil. Por aqui, um presidente reeleito não pode concorrer a um terceiro mandato consecutivo. Porém, pode voltar a concorrer em eleições posteriores. Foi o que aconteceu com Lula (PT): eleito em 2002 e 2006, ele não podia se candidatar em 2010. Livre das questões judiciais que o levaram à prisão, se candidatou – e venceu – em 2022.
Ao se pronunciar após a desistência de Biden, Obama evitou mencionar o nome de Kamala Harris ou de qualquer outra pessoa. “Navegaremos em águas desconhecidas nos próximos dias. Mas tenho uma confiança extraordinária em que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual emergirá um candidato excepcional”, limitou-se a dizer.
E Michelle?
Se Barack está descartado da disputa, o nome da esposa dele Michelle Obama, já foi ventilado. Extremamente popular nos Estados Unidos, ela chegou a ser testada em pesquisas eleitorais no país antes da desistência de Biden, e tinha larga vantagem quando comparada em uma possível disputa com Donald Trump.
De toda forma, não foram registrados, até o momento, movimentos públicos da família que ocupou a Casa Branca entre 2009 e 2017 por uma candidatura de Michelle.
Fonte: Carta Capital
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