Banco do Brasil e Banco da Amazônia concedem crédito a pecuaristas acusados de grilagem em Rondônia

Banco do Brasil e Banco da Amazônia concedem crédito a pecuaristas acusados de grilagem em Rondônia


Financiamentos bancários beneficiaram fazendas com desmatamento significativo

Porto Velho, RO – Segundo o site Repórter Brasil, pecuaristas acusados de invadir o parque estadual Guajará-Mirim, em Rondônia, obtiveram crédito rural do Banco do Brasil e do Banco da Amazônia. Dados do Banco Central, obtidos pelo Greenpeace, revelam que os financiamentos foram concedidos para propriedades com áreas desmatadas de forma significativa.

Um dos beneficiados foi um ex-juiz, que entre junho e agosto de 2021 recebeu quatro concessões de crédito rural do Banco da Amazônia para bovinocultura e aquisição de animais em sua fazenda Prosperidade, localizada em Buritis (RO).

A propriedade, com 946 hectares, teve 130 hectares desmatados entre 2012 e 2021, conforme análise do Greenpeace baseada em dados do Prodes, programa de monitoramento do Inpe. Em agosto de 2022, Soares foi preso por emitir sentenças que o favoreciam, incluindo a legitimação da posse da fazenda Cantão, inserida no parque Guajará-Mirim.

Soares movimentou ao menos 300 cabeças de gado entre as fazendas Cantão e Prosperidade, de acordo com Guias de Trânsito Animal (GTAs) citadas nas investigações do Ministério Público. Em maio, a Repórter Brasil revelou que pessoas apontadas como laranjas do ex-juiz forneceram gado à JBS e Marfrig, que admitiram a relação e informaram que os fornecedores foram bloqueados.

Outra propriedade envolvida é a fazenda Recanto, em Nova Mamoré (RO), situada a 400 metros da fazenda Cantão. Seu proprietário, Walvernags Cotrin Gonçalves, também acusado de invasão ao parque Guajará-Mirim, recebeu R$ 251 mil do Banco do Brasil em janeiro de 2020 para aquisição e manutenção de animais.

Na época, a fazenda tinha menos de 4% de sua área com vegetação nativa. Dados do Prodes/Inpe analisados pelo Greenpeace mostram que 402 dos 419 hectares foram desmatados entre 2013 e 2015, configurando a propriedade como irregular em relação ao Código Florestal, que exige 80% de reserva legal de vegetação nativa na Amazônia.

Fonte: Rondônia Dinâmica

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