Cármen Lúcia rejeita ação do governo de Alagoas para impugnar acordo com a Braskem

Cármen Lúcia rejeita ação do governo de Alagoas para impugnar acordo com a Braskem


Acordo foi firmado com Prefeitura de Maceió visando indenizar os danos causados pelo afundamento do solo

Porto Velho, RO - A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o prosseguimento de uma ação proposta pelo governo de Alagoas que tentava derrubar trechos do acordo firmado pela mineradora Braskem com órgãos públicos de Maceió. O acordo busca a reparação de danos causados na cidade pelo afundamento de solo causado pela mina de sal-gema da empresa.

A ministra justificou a rejeição da ação pontuando que o tipo de recurso apresentado pelo governador Paulo Dantas (MDB) não é o adequado para tratar do tema na Justiça.

“Não se demonstra, assim, constitucionalmente adequada e eficaz buscar-se por essa via a pretensão deduzida que deveria ser obtida, com adequação, efetividade e proveito, pelas vias processuais adequadas e legítimas, o que patenteia o descabimento da presente arguição”, escreveu.

A ministra ainda ressaltou que apenas a existência de novos fatos permitem reabrir as discussões sobre as cláusulas do acordo.

“Pela relevância do tema que abrange esta arguição, cumpre ressaltar que a superveniência de situações fáticas não contempladas nos acordos, autoriza a reabertura de discussões e novos pedidos de reparação de danos, conforme se preveem em cláusulas dos acordos firmados que contemplam a realização de diagnóstico ambiental periódico destinado a atualizar os danos causados e apontar novas medidas a serem adotadas”, cita o trecho.

Os acordos em questão foram firmados pela Braskem com Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Alagoas (MP-AL), Defensoria Pública de Alagoas, Defensoria Pública da União (DPU) e Município de Maceió.

O acordo foi assinado em julho passado, meses antes de parte de uma mina de sal-gema entrar em colapso.

Na ação, o governo tenta anular os trechos que deram quitação ampla, geral e irrestrita à empresa pelos danos causados pela atividade mineradora. Segundo alegado, o acordo impede a integral reparação dos danos.

O acordo ainda permite que a mineradora se torne a proprietária e explore economicamente a região por ela devastada.

Em maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou ser favorável à manutenção integral do acordo bilionário que blinda a Braskem de responsabilidade pelo afundamento de bairros em Maceió.

Fonte: Carta Capital

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