Deputado petista vai relatar PEC que amplia número de ministros do STF

Deputado petista vai relatar PEC que amplia número de ministros do STF


Proposta que foi desarquivada no governo Bolsonaro para tentar desgastar o STF agora será relatada por deputado do PT

Porto Velho, RO - A proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a avançar na Câmara. Agora, o texto será relatado pelo deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba. No governo Bolsonaro, o projeto foi usado para tentar desgastar o tribunal.

Couto foi escolhido relator neste mês e pode apresentar seu parecer a partir de fevereiro, na volta do recesso parlamentar. O documento será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Câmara. Depois, a proposta precisa ser avalizada pelo plenário da Casa antes de ir ao Senado.

A PEC foi apresentada em 2013 por Luiza Erundina, então deputada do PSB e atualmente do PSol. Dilma Rousseff estava em seu primeiro mandato. Durante o governo Bolsonaro, a PEC foi desarquivada e usada por deputados bolsonaristas em uma tentativa de fustigar o Supremo, mas não avançou.

O texto proposto por Erundina prevê que o Supremo dê lugar a uma Corte Constitucional, como acontece em outros países. O tribunal teria 15 ministros, os 11 atuais e mais quatro, e julgaria apenas causas diretamente ligadas à Constituição. Por esse modelo, deixaria de analisar recursos de instâncias inferiores.

Na época, a parlamentar alegou que procurava reduzir a sobrecarga do STF e também a “hegemonia absoluta” do presidente da República para nomear os integrantes do tribunal. As quatro novas vagas seriam chanceladas pelo Congresso, a partir de listas tríplices feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A escolha de um novo relator para a proposta reforça uma movimentação do Congresso para limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal. No mês passado, o plenário do Senado aprovou uma PEC que restringe decisões individuais de ministros da corte. O texto agora será avaliado pela Câmara.

Em outra frente, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que pautará no primeiro semestre de 2024 uma PEC que impõe um mandato fixo a ministros do STF. Atualmente, o cargo de ministro do Supremo é vitalício, com aposentadoria obrigatória aos 75 anos. O ministro Cristiano Zanin, por exemplo, último a tomar posse no tribunal, poderá ficar no posto por 27 anos.

Fonte: Metropoles

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