Renda fixa ainda é melhor opção de investimentos, mesmo após corte da taxa de juros

Renda fixa ainda é melhor opção de investimentos, mesmo após corte da taxa de juros


Taxa de 12,25% ao ano ainda garante ganho líquido expressivo

Porto Velho, RO - A decisão do Banco Central de cortar a taxa básica de juros para 12,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (1º), trouxe mudanças para o cenário de investimentos no Brasil. Este movimento já era amplamente esperado pelo mercado financeiro e impacta investidores de todos os tamanhos, desde os pequenos até os grandes, segundo reportagem do Infomoney.

No comunicado divulgado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reiterou que o ritmo de cortes de 0,5 ponto percentual na taxa de juros é adequado para as próximas reuniões. Esse cenário era aguardado, mas a possibilidade de uma sinalização diferente na próxima reunião estava no radar de muitos investidores.

Em resumo, mesmo com a decisão já antecipada, os analistas ainda enxergam incertezas no cenário doméstico e preferem adotar uma postura cautelosa no mercado acionário. Na renda fixa, as recomendações apontam para ativos pós-fixados, prefixados e atrelados à inflação, enquanto no mercado de fundos imobiliários, a perspectiva é de melhora gradual, com destaque para os FIIs de tijolo.

Aqui estão as principais recomendações dos especialistas para investir em um cenário de Selic a 12,25%:

Renda fixa pós-fixada: Ativos ligados à taxa Selic, como o Tesouro Selic, e ao CDI, como CDBs, que acompanham a taxa básica de juros, são destaque nas recomendações. "Como não esperamos que a Selic caia abaixo de 8% ao ano nos próximos dois anos, continuamos tendo o CDI como principal indexador em nossa carteira de renda fixa," afirma Ângelo Belitardo, gestor de investimentos da Hike Capital. Para aplicações de curto prazo, ficar atrelado à Selic ou ao CDI é a melhor opção devido à previsibilidade e ao alto rendimento, de acordo com Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital.

Renda fixa prefixada: Os títulos com retorno acordado no momento da compra voltaram a ser recomendados após um aumento nas taxas futuras em setembro e outubro, o que trouxe prêmios atrativos em relação à curva de juros precificada pelos contratos futuros de DI.

"Não via muito ganho nos prefixados, mas as taxas abriram muito, agora vejo atratividade no indexador," afirma Clayton Calixto, especialista de portfólio da Santander Asset. O Itaú também voltou a recomendar os prefixados, destacando a perspectiva de que o ciclo de redução dos juros seja interrompido em 2024, mantendo a taxa Selic em dois dígitos.

Renda fixa atrelada à inflação: Para o longo prazo, ativos ligados à inflação são considerados uma proteção para o investidor em um cenário de incertezas. Segundo Kaique Fonseca, esses ativos oferecem taxas atrativas devido à piora no cenário internacional e ao risco fiscal no Brasil. Clayton Calixto destaca o retorno real próximo a 6% oferecido pelos títulos do Tesouro IPCA+ como uma proteção sólida no cenário atual.

Bolsa, setores defensivos: A Bolsa de Valores ainda enfrenta desafios, especialmente em setores sensíveis às mudanças nas taxas de juros, como varejo, educação, companhias aéreas e construção civil. Empresas com elevada dependência de dívidas e perda de rentabilidade devido à inflação são vistas com desconfiança. Por outro lado, setores defensivos como bancos, exportadoras com receitas em dólar e produtores de commodities são mencionados como escolhas mais seguras.

Fundos imobiliários: O mercado de fundos imobiliários deve responder gradualmente ao corte de juros, com destaque para os fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis. Carolina Borges, analista de fundos imobiliários da EQI Research, ressalta que o mercado já precifica a Selic em 11,75% em 2023 e que qualquer alteração nesse cenário pode trazer volatilidade para os FIIs.

Marcos Baroni, da Suno Research, destaca a sensibilidade desses fundos às mudanças nas taxas, especialmente aqueles com contratos de longo prazo. Shoppings e galpões logísticos são segmentos que devem se beneficiar nos próximos meses, de acordo com Carolina Borges.

Fundos de investimento: Fundos de infraestrutura, que investem em dívidas de empresas do setor, e fundos de crédito privado, que investem em títulos de dívida de empresas não financeiras, são indicados para diversificação. Os fundos multimercados, que operam em diversos mercados, no Brasil e no exterior, são recomendados, apesar do desempenho abaixo do CDI em 2023. Essa classe de fundos oferece a flexibilidade de operar em vários mercados, incluindo o internacional.

Em resumo, diante do novo patamar da Selic, os investidores devem considerar uma abordagem cautelosa e diversificada, explorando oportunidades tanto na renda fixa quanto na variável. Cada classe de ativos apresenta vantagens e desafios, e a escolha dependerá do perfil de risco e do horizonte de investimento de cada pessoa. É fundamental manter-se informado sobre as condições econômicas e as perspectivas de mercado para tomar decisões bem embasadas.

Fonte: Brasil247

Postar um comentário

0 Comentários