Arte de Eduardo Kobra, inaugurada no MPRO, é mensagem sobre pluralidade, coexistência e preservação ambiental

Arte de Eduardo Kobra, inaugurada no MPRO, é mensagem sobre pluralidade, coexistência e preservação ambiental


Mural "Brasileiras e Brasileiros", de Eduardo Kobra. Essa é a primeira arte com a assinatura dele em Rondônia

Porto Velho, RO - O mural "Brasileiras e Brasileiros" pintado pelo artista Eduardo Kobra no edifício-sede do Ministério Público de Rondônia (MPRO) em Porto Velho, foi inaugurado na segunda-feira (27/11) com forte participação popular, presença de povos indígenas, quilombolas, artistas de Rondônia, membros de demais instituições do Sistema de Justiça e a imprensa.

Para a Administração Superior do MPRO, o mural é uma mensagem sobre pluralidade, coexistência e preservação ambiental. Segundo o Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo de Oliveira, a obra é democrática, de livre acesso à população, um presente para embelezar a cidade e uma forma de valorizar a cultura.

“A obra remete às pessoas uma reflexão, pois temos no mural a pluralidade e a diversidade. Demonstrando que é possível coexistir pacificamente, independente da cor da pele, gênero, origem e etnia. Há espaço para todos os seres humanos, o que não deve ter espaço é o preconceito e a intolerância”, disse.


Além disso, o Procurador-Geral de Justiça lembrou que as obras de Kobra, espalhadas pelo planeta, fazem referência à preservação ambiental e à garantia de direitos fundamentais, por isso se assemelham à atuação diária do Ministério Público na defesa da sociedade.

No total, o painel ocupa uma área de 35 (trinta e cinco) metros de altura e quase 7 (sete) metros de largura. Kobra e seu assistente Agnaldo Brito começaram os trabalhos na última quinta-feira (23/11) e finalizaram a obra oficialmente em 5 (cinco) dias.

“Pintar em Rondônia foi desafiador por causa das condições climáticas, é muito calor e também tem a questão das chuvas. Mas superamos isso trabalhando bem cedo e no período da noite”, comentou Kobra.


O muralista explicou que a composição da arte foi pensada para exaltar a diversidade, pluralidade, força, a história e as muitas belezas da população, por isso, o painel estampa o rosto de um indígena, de um casal de idosos, uma mulher negra, uma criança e uma ribeirinha.

As faces hiper-realistas são acompanhadas do estilo marcante de muralismo de Kobra, caracterizado por cores vibrantes e contrastantes.

“O mais importante da obra é o significado, eu dei o nome desse trabalho de ”Brasileiras e Brasileiros" como homenagem à população, as pessoas simples. O cidadão comum é a locomotiva que move esse Estado. Também quis enaltecer a população indígena, os povos originários, quilombolas e ribeirinhos que lutam diariamente pela preservação ambiental", disse Kobra.


O artista — Nascido na periferia de São Paulo em 1975, Eduardo Kobra tornou-se um renomado artista global. Ele detém recordes, incluindo o maior mural grafitado do mundo, e feitos como um painel de quase 500 metros quadrados instalado na sede da ONU, em Nova York. Além disso, ele é reconhecido por galerias e museus. Em 2016 o mural "Etnias", feito por Kobra no Rio de Janeiro, foi reconhecido como o maior grafite do mundo pelo Guinness World Records, o livro dos recordes. A obra, com 15 (quinze) metros de altura e 170 (cento e setenta) de comprimento, reproduz rostos de indígenas.

Com mais de três décadas de atuação, hoje é considerado um dos artistas mais importantes da cena contemporânea, com obras espalhadas por mais de 36 países, entre eles Estados Unidos, Espanha, Itália, Noruega, Inglaterra, Índia, Japão e Emirados Árabes Unidos.


Edifício-sede — O prédio do MPRO foi inaugurado em 2000 reunindo, em um único local, as atividades administrativas e finalísticas da Instituição, que, até então, ocupava cinco imóveis diferentes na cidade. Na época a obra representou uma inovação arquitetônica na capital com o prédio vertical, e agora, com a intervenção artística na composição urbana do município, se espera criar uma conexão ainda maior com a população por meio das cores e representatividade expostas no edifício.



Fonte: MP/RO

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