Juliana Peres Magalhães foi presa sob suspeita de homicídio e porte indevido de arma; mulher do casal de empregadores dela também morreu
Porto Velho, RO - A brasileira Juliana Peres Magalhães, 23, foi presa na última quinta (19) no condado de Fairfax, na Virgínia (EUA), sob suspeita de ter matado um homem a tiros.
Juliana morava na casa de um casal americano em Reston, também na Virgínia, e cuidava da filha deles. No dia do crime, um homem, Joseph Ryan, 39, teria invadido o imóvel e, depois, foi encontrado morto pela polícia. Ela é suspeita pela morte dele.
Além de Ryan, Christine Banfield, de 37 anos, a mulher do casal que empregava Juliana, também foi encontrada morta. A polícia de Virgínia diz que não considera a brasileira suspeita pela morte da sua empregadora. A investigação sobre esse crime segue em aberto.
QUEM É JULIANA PERES MAGALHÃES? ELA É ACUSADA DE QUAL CRIME?
Nascida em Jacareí, no interior de São Paulo, ela se mudou há dois anos para Reston. Lá, trabalhou em um programa conhecido como au pair (babá), no qual jovens recebem moradia, alimentação e custos de estudos em troca de morarem na casa de uma família e cuidarem dos filhos.
Juliana morava na casa de Christine Banfield, 34, e Brendan Robert Banfield, 37, e cuidava da filha de 4 anos deles.
Ela foi presa sob suspeita da morte de Joseph Ryan, 39, que teria entrado na casa do casal no dia do ocorrido.
QUANDO E COMO OCORREU O FATO?
Na manhã do dia 24 de fevereiro deste ano, segundo relato feito à polícia, Juliana tinha saído para levar a filha do casal ao parque quando viu um carro estacionado em frente à casa deles, avaliada em US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões). Ligou para o celular de Christine, que não atendeu.
Em seguida, ligou para Brendan, que estava fora de casa e pediu que ela esperasse ele retornar para entrarem no imóvel. Ao entrarem, encontraram na cama do andar de cima Christine, com várias facadas no corpo, e Ryan.
Ainda de acordo o relato oficial, Juliana matou o homem a tiros. Ela foi presa sob suspeita de homicídio doloso e de uso indevido de arma de fogo e levada ao Centro de Detenção de Adultos do condado. Não há previsão de um julgamento até o momento.
O QUE A POLÍCIA DESCOBRIU ATÉ AGORA?
De acordo com o comunicado oficial, a polícia recebeu uma ligação às 7h50 do dia 24 de fevereiro, mas a chamada foi desligada abruptamente. Segundo a polícia, o telefonema foi feito pelo celular de Juliana. Em uma nova ligação, cerca de 13 minutos depois, ela informou à atendente de polícia que alguém havia machucado sua amiga. Nesta hora, Brendan pegou o telefone e disse que encontrou sua mulher "no quarto, após levar facadas", e que ele "atirou em Ryan".
A polícia foi ao local, e encontrou Ryan já sem vida. Christine foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. No local também estava a filha do casal, de 4 anos, mas ela não sofreu nenhuma agressão.
Ainda segundo a nota oficial da investigação, a polícia realizou um inquérito com dados de perícia, ligações telefônicas e depoimentos, e concluiu que Juliana atirou diversas vezes no tórax de Ryan, mas que ela não foi responsável pela morte de Christine.
E O QUE FALTA DESVENDAR?
Os motivos que teriam levado ao crime ainda não foram totalmente desvendados. A polícia ainda investiga a causa da morte da mulher, mas disse ter "certeza de que a vítima e Ryan se conheciam", já que não houve sinais de arrombamento na casa. Brendan, se recusou a prestar depoimento à polícia.
Em um comunicado aos jornalistas feito na última sexta (20), a detetive responsável pelo caso, disse que eles estão certos que Ryan e Christine eram conhecidos, possivelmente até ex-companheiros, e que não descartam uma nova prisão.
A polícia ainda tenta entender porque Brendan (que é policial federal) disse na ligação inicial para o 911 ter atirado contra Ryan e depois mudou sua declaração, negando ter sido o autor dos disparos.
O QUE DIZ A DEFESA DE JULIANA? E O QUE DIZEM OS OUTROS ENVOLVIDOS?
O advogado da brasileira, Ryan Campbell, não se manifestou publicamente. A reportagem tentou contato com ele através do telefone indicado na página do seu escritório, mas não conseguiu resposta.
Marina Peres Souza, mãe de Juliana, disse à Folha que a filha teria atirado contra Ryan como legítima defesa. Ela contou, também, que Juliana havia informado que o caso tinha sido arquivado, e que ficou surpresa com a prisão da filha na última semana.
Ela não conseguiu contato com a filha desde então.
Fonte: Folha de São Paulo
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