Consumo de carne bovina volta a aumentar após alívio da inflação

Consumo de carne bovina volta a aumentar após alívio da inflação


O preço da proteína acumula queda de 11,55% neste ano, segundo o IPCA; filé-mignon e picanha estão entre os com maiores recuos

Porto Velho, RO - O consumo de carne bovina pelos brasileiros voltou a aumentar em 2023. De acordo com o boletim de outubro de oferta e demanda da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a disponibilidade per capita da proteína deve chegar a 31,4 quilos por habitante neste ano, após cinco anos de queda. A alta, de 11,3% em relação a 2022, retoma o volume do período pré-pandemia.

Entre os motivos para a alta do consumo em 2023 estão a maior oferta de carnes no mercado interno, a ligeira queda nas exportações e o alívio da inflação.

Enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro registrou avanço de 0,26%, a carne teve queda pelo nono mês consecutivo, de 2,1%.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o preço da carne bovina já caiu 11,55%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A inflação oficial no período é de 3,5%.

Os cortes que mais recuaram foram o filé-mignon (-16,17), a alcatra (-14,58%), o fígado (-14,47%), o contrafilé (-13,85%) e a picanha (-13,53%), no acumulado deste ano.

“O aumento na quantidade de carnes produzidas no país é um dos fatores que sustentam a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, em nota.

Para a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o consumo de proteínas foi favorecido pela maior oferta no mercado interno e pela melhora da renda dos consumidores.

“A estabilidade de renda combinada com a queda nos preços dos alimentos permitiu ao consumidor acrescentar mais itens na cesta de abastecimento dos lares e buscar itens de valor agregado, a exemplo da carne bovina”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Outras proteínas seguiram a tendência de queda registrada nos meses anteriores: frango congelado (-12614%) e carne de porco (-5,46), no acumulado de janeiro a setembro. Já os ovos registraram queda pelo segundo mês consecutivo, de 4,96%.

A queda do preço de cada corte

De janeiro a setembro de 2023, em %:

• carnes em geral: -11,55;
• fígado: -14,47;
• cupim: -4,82;
• contrafilé: -13,85;
• filé-mignon: -16,17;
• alcatra: -14,58;
• patinho: -11,30;
• lagarto redondo: -8,51;
• lagarto comum: -11,11;
• músculo: -10,09;
• pá: -12,53;
• acém: -12,61;
• peito: -9,25;
• capa de filé: -11,74;
• costela: -11,89;
• picanha: -13,53.




ARTE/R7

Somados os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros — a bovina, a suína e a de frango —, o consumo atingirá 102,6 quilos por habitante ao ano — o segundo maior índice já registrado, inferior apenas ao de 2013.

De acordo com os dados da Conab, nos últimos anos o consumo de carne bovina despencou no país. Em 2018, cada brasileiro comeu, em média, 35,5 quilos de carne.

No ano seguinte, o consumo médio foi de 32,2 quilos. Em 2020 e 2021, ficou estabilizado em um pouco mais de 29 quilos. E, no ano passado, recuou para 28,2 quilos por habitante.

Fonte: R7

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