Cardeal citou o recente Furacão Ian, um dos mais violentos dos EUA
Porto Velho, RO - Recentes eventos climáticos extremos, como o furacão que devastou partes da Flórida, mostram que o tempo para negação das mudanças climáticas acabou, disse hoje (4) o cardeal Michael Czerny, canadense que chefia o Escritório de Desenvolvimento do Vaticano. Ele falou em entrevista que apresentou The Letter, um novo filme sobre a crise climática vencedor do Emmy Nicolas Brown.O título do filme faz referência à carta encíclica do papa Francisco de 2015, Laudato Si (Louvado seja), sobre a defesa do meio ambiente. A obra estreou no Vaticano nesta terça-feira e estará disponível gratuitamente no YouTube Originals. Terça-feira é dia de festa de São Francisco de Assis, padroeiro do meio ambiente.
"Acabou o tempo da especulação, do ceticismo e da negação, do populismo irresponsável", disse Czerny.
"Inundações apocalípticas, megasecas, ondas de calor desastrosas e ciclones e furacões catastróficos tornaram-se o novo normal nos últimos anos; eles continuam hoje; amanhã, vão piorar", declarou.
Na semana passada, o Furacão Ian, uma das tempestades mais violentas dos Estados Unidos, matou mais de 100 pessoas e devastou grande número de propriedades.
Na época em que a encíclica papal foi publicada, alguns católicos conservadores, aliados a movimentos políticos conservadores e interesses corporativos, criticaram o papa por apoiar a opinião da maioria dos cientistas que diz que o aquecimento global é pelo menos em parte devido à atividade humana.
Francisco, de 85 anos, apoia fortemente as metas do Acordo de Paris de 2015, da Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir o aquecimento global e o uso de combustíveis fósseis. O ex-presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo, mas seu sucessor, Joe Biden, voltou a ele.
Czerny disse que a perturbação climática descontrolada e a degradação ambiental levarão à perda de vidas e meios de subsistência, deslocamento forçado e conflitos violentos.
O filme, que inclui conversas com o papa, aborda as mudanças climáticas pelos olhos de um líder indígena da Amazônia, jovens, pobres e pesquisadores que estudam seus efeitos nos recifes de coral.
Fonte: Agênica Brasil
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